sexta-feira, 23 de abril de 2010

A lágrima



Uma lágrima cai, tão triste!
Sofrida, de uma dor que ainda resiste,
Vai descendo inquieta pela margem,
Escorregando pelo rosto, forte e selvagem
Passa salgada, pelos lábios meus;
Tento segurá-la entre meus dedos,
E ela cai, e me molha o peito
Diz-me em silêncio, é aqui o meu leito!


E outra lágrima vem descendo,
feito onda pequena, de um imenso oceano,
Sem vento, este choro é suave,
Tem somente a voz da saudade,
Brotando em ondas brandas,
Navegando, entre espumas brancas.


É lágrima sentida, como choro de mágoa,
e deixa mais verdes, os olhos tristes e ocos,
Vazios, como se morressem aos poucos,
Mas resistindo em ainda acreditar;


Tendo saudade de poder te amar,
Escondendo-se num vale silencioso,
Encolhendo-se, como pequeno pássaro medroso,
Desabando-se em choro, até sua dor se acabar.!

(Neuza Maria Spínola)

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