sexta-feira, 13 de março de 2009

CENA INTIMA

Como estás hoje zangada

E como olhas despeitada

Só pra mim!

- Ora diz-me: esses queixumes,

Esses injustos ciúmes Não têm fim?

Que pequei eu bem conheço,

Mas castigo não mereço Por pecar;

Pois tu queres chamar crime

Render-me à chama sublime

Dum olhar!Porventura te esqueceste

Quando de amor me perdeste

Num sorrir?Agora em cólera imensa

Já queres dar a sentença Sem me ouvir!

E depois, se eu te repito

Que nesse instante maldito- sem querer

-Arrastado por magia

Mil torrentes de poesiaFui beber!
Eram uns olhos escuros muito belos, muito puros,


Como os teus!Uns olhos assim tão lindos

Mostrando gozos infindos,Só dos céus!

Quando os vi fulgindo tanto

Senti no peito um encanto

Que não sei!Juro falar-te a verdade...

Foi decerto - sem vontade -Que eu pequei!

Mas hoje, minha querida,

Eu dera até esta vida

Pra poupar essas lágrimas queixosas,

Que as tuas faces mimosas vêm molhar!

Sabe ainda ser clemente,Perdoa um erro inocente,

Minha flor! Seja grande embora o crime

O perdão sempre é sublime Meu amor!
Mas se quer com maldade


Castigar quem - sem vontade só pecou;

Olha, linda, eu não me queixo;

A teus pés cair me deixo...Aqui estou!

Mas se me deste, formosa,

De amor na taça mimosa doce mel;

Ai! Deixa que peça agora

Esses extremos d'outrora o infiel:Das brisas do sul;

Prende-me... Nesses teus braços

Em doces, longos abraços com paixão;

Ordena com gesto altivo...Que te beije este cativo

Essa mão!Mata-me sim... de ventura,

Com mil beijos de ternura

Sem ter dó que eu prometo, anjo querido,

Não desprender um gemido,

Nem um só!

Um poema especial para Flor especial da minha vida!!

Beijos Geraldo!

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