EU QUANDO SAIO PELO MAR AFORA
FAÇO DE CONTA QUE JÁ VOU EMBORA
MAS APENAS FICO NAS MENTIRAS
QUE MATAM POR MOMENTOS MINHAS DESVENTURAS
TANTAS GAIVOTAS RODIANDO O BARCO
COMO CRIANÇAS RODIANDO ADULTOS
GAIVOTAS E CRIANÇAS SE MISTURAM
E FAZEM DO MEU BARCO A MINHA CALMA
MEU CORPO BALANÇA SOBRE AS ÁGUAS
E O OLHAR SE AFOGA NO MEU PRANTO
É QUE EU BEM DISTANTE LÁ DA TERRA
NÃO COMPREENDO GENTE QUE MALTRATA E ERRA
MINHAS MÁGOAS, TANTAS FRUSTRAÇÕES
EU VOU DEIXAR NESTE MAR QUANDO ANOITECER
E LÁ EM CASA NINGUÉM VAI SABER
QUANDO EU CHEGAR
VOU SORRIR E ADORMECER
QUANDO EU PARO O BARCO EM ÁGUAS MANSAS
OLHO DE REPENTE PRA ALTURAS
E PERCEBO EM MEIO A NUVENS BRANCAS
UMA GAIVOTA CALMA E SOLITÁRIA
ELA DEVE ESTAR OLHANDO O MUNDO
E TOMANDO CONTA DAS PESSOAS
ESTA GAIVOTA É IMPORTANTE
É PENA QUE ELA FIQUE TÃO DISTANTE
EU PERDIDO EM TANTOS PENSAMENTOS
ME PERGUNTO AS VEZES SE ELA SABE
QUE O AMOR SE PERDE POR DINHEIRO
E O HOMEM SE DESTROI NO MUNDO INTEIRO
MAS LÁ EM CASA NINGUÉM VAI SABER
QUANDO EU CHEGAR VOU SORRIR E ADORMECER...
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