sábado, 29 de maio de 2010

Soneto da Saudade...


O céu desperta triste, em tom cinzento,

qual lhe fora penoso um novo dia;
aos poucos, verte, em gotas, seu lamento...
Um pranto ensimesmado, de agonia.


Um rouco trovejar, pesado, lento,
parece suplicar por alforria,
num rogo já exangue, sem alento...
A chuva... O cinza... A dor... A nostalgia...


O céu despertou triste... O céu sou eu,
perdida num sonhar que feneceu,
sou prisioneira à espera de mercê.


Sonhando conquistar a liberdade
desta prisão, que existe na saudade..
Saudade, tanta, tanta... De você!

(Patricia Neme)

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