terça-feira, 12 de maio de 2009
O Frio da solidão...
Já não basta o hálito quente e sibilado das palavras
Nem o tom pungente que recriam no agastado silêncio das horas
Quando os olhos como monumentais lagoas de mistério
Se vão despindo,
A pouco e pouco , de disfarces…
Já não basta o secreto estremecimento da emoção
Na discreta brandura das demoras
Quando os lábios, em carnudas súplicas de beijos
Se despedaçam na fímbria do desalento
De encontro ao rasto ardente da saliva…
Já não basta a rúbea e subtil cumplicidade dos delírios
Na perene e desassisada sinfonia dos sentidos
Quando o corpo, em roucos espasmos, cerra os dentes
E no trilho febril da pele,
Se cravam, implacáveis, as unhas do desejo…
Tão pouco basta, o tímido despontar das camélias
Na orla acetinada dos sorrisos
Ou o aconchegante abraço da lua cheia
No negrume frio das noites,
Quando a madrugada acometida pelas urgências da manhã
Inunda de frescas memórias a alma vazia do quarto
Reflectindo em tom maior de súplica,
A dor fina da tua ausência
Na crua e fria nudez dos lençóis…
Tendergirl
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